quarta-feira, 26 de novembro de 2008

PERÍCIA DE IMAGENS DIGITAIS

Os programas modernos de computador tornaram a manipulação de fotografias mais fácil de fazer e mais difícil de detectar que nunca, mas a tecnologia também permite a criação de novos métodos para identificar imagens adulteradas.

A história está repleta de remanescentes de adulterações fotográficas. Stalin, Mao, Hitler, Mussolini, Castro e Brezhnev tiveram suas fotos manipuladas – para criar desde poses de aparência mais heróica até para eliminar inimigos, ou garrafas de cerveja. Nos dias de Stalin essas imagens fotográficas demandavam longas horas de trabalho minucioso em um quarto escuro, mas hoje qualquer um com um computador é capaz de produzir em pouco tempo falsificações difíceis de detectar.

Raramente um mês se passa sem que alguma imagem fraudulenta recém-descoberta chegue aos noticiários. Em fevereiro, por exemplo, descobriu-se que uma premiada fotografia que mostrava um rebanho de antílopes tibetanos ameaçados de extinção, aparentemente indiferentes ao novo trem de alta velocidade que transitava nas proximidades, era uma farsa. A foto havia aparecido em centenas de jornais da China depois de a linha ter sido inaugurada com muita fanfarra patriótica em meados de 2006. Algumas pessoas repararam algumas incongruências, como o fato de que algumas antílopes estavam prenhes, mas não havia filhotes, como deveria ser na época do ano em que o trem entrara em atividade. As dúvidas finalmente tornaram-se públicas quando a fotografia foi exposta no metrô de Pequim neste ano, e outras falhas vieram à tona, como uma linha de junção onde as duas imagens haviam sido emendadas. O fotógrafo, Liu Weiqing, e seu editor do jornal se demitiram; as agências de notícia do governo chinês se desculparam por distribuir a imagem e prometeram apagar todas as fotografias de Liu de suas bases de dados.

Nesse caso, como em muitos dos exemplos mais divulgados de imagens fraudulentas, a farsa foi detectada por pessoas alertas que estudaram uma cópia da imagem e viram algum tipo de falha. Mas há muitos outros casos em que simplesmente examinar a imagem a olho nu não é suficiente para identificar adulterações. Por isso, devem-se utilizar métodos mais técnicos, baseados em computador – a perícia de imagens digitais.

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